sábado, 1 de setembro de 2018

SETEMBRO NO TEMPO


Tempos idos
Há 61 anos – 1957
“A Gazeta”
O jornal de Pedro Matos noticiou que Tereza Batista, figura do cotidiano da cidade que “vivia no relento, abeirada à porta de um estabelecimento comercial, foi transferida para o Albergue Noturno”, onde hoje existe a sede do Fluminense, entre outros órgãos:
Naquele tempo o poeta Antônio Lopes, conselheiro do Fluminense, publicou estes versos sobre a velha Tereza:

Maria Tereza – mãe preta esquecida
Dos homens, das glórias, dos sonhos, de Deus! -.
 Você é a mais triste tristeza da vida,
E os prantos mais tristes da vida são seus!”

Dormindo na rua, sem pão, sem guarida
Distante das lutas dos loucos proteus,
Você traz nas faces  – a tela querida
Mostrando o calvário infinito do adeus.

Quem sabe, velhinha, se, à porta fechada,
Em cujo batente eu a vejo sentada,
Não lhe ouve o queixume a feliz natureza?!

No entanto, impassível, a gente perpassa,
Seus trapos fitando com ar de chalaça...
Mãe preta esquecida – Maria Tereza!


Nenhum comentário:

Postar um comentário