Por Fernando Brito
Nas redes sociais, agora sem que haja indignação, a extrema
direita e seus arredores seguem o mesmo roteiro, já tradicional, de culpar a
vítima da violência pela própria violência que sofreu.
O principal incitador desta violência, Jair Bolsonaro, não
se sabe se e com que tipo de interação com a polícia paranaense, disse na noite
passada que “está na cara que alguém deles deu os tiros” e disse que, hoje ou
amanhã, a perícia o confirmará.
É impressionante o que fez a turma de Bolsonaro em matéria
de repetição dos métodos usados no caso da vereadora Marielle Franco: difundir
pelas redes sociais as mentiras e contar que se vá encontrar nas estruturas
policiais quem se acumplicie a elas.
Tudo fica mais estranho porque, no Paraná, já houve o
afastamento do primeiro delegado a tratar do caso e o próprio Governador do
Estado, Beto Richa, apressou-se a dar palpites sobre ser “um fato isolado” e
chama de “mentiroso” o policial que criticou a precariedade da polícia técnica.
No campo político, ocorre o mesmo, com gente como Eliane
Cantanhêde dizendo que o atentado é inadmissível mas culpando a “agressividade”
de Lula pelo fato.
Se isso fosse justificativa, a agressividade da matilha
pró-Bolsonaro justificaria disparar contra eles?
As pistas estão sobrando por toda a parte, especialmente nas
redes sociais, como demonstrou ontem Marcelo Auler. Gente que falava
abertamente em armas e prelos para furar pneus dos ônibus devia estar na
primeiralinha de apurações, mesmo que tenham sido apenas bravatas.
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