Por Fernando Brito
A manchete de O Globo, hoje, anuncia o timing da direita.
Daqui a um mês, provavelmente com a ruína do Governo Michel
Temer mais – perdoem – arruinada ainda, com a provável frustração da derrota da
reforma previdenciária – o calendário do antilulismo tem mais duas datas “festivas’:
o esgotamento dos recursos ao TRF-4 e a onda de discussões sobre a prisão de
Lula e a condenação do ex-presidente, de novo, por um apartamento que é dele,
mas não é dele, e por um terreno que “ia ser”, mas não foi, do Instituto Lula.
Lenha, portanto, para mais ódio, combustível da fornalha do
inferno bolsonarista.
Ou acha que vão esvaziar o ex-capitão com história de
apartamentos e casas que são dele e são dele, mesmo, ao contrário “dos de”
Lula?
Acham que o povão das periferias vai se empolgar, na falta
de Lula, com Alckmin, Meirelles ou Maia?
Sabem que não e, para terem alguma chance, vão ter que
lançar mão de Luciano Huck – e colocar a Globo na disputa, beneficiada pela
exclusão de Lula – ou de Sérgio Moro, o algoz que se habilita ao cargo que
todos sabem seria de sua vítima.
Uma ou outra alternativa são tão ridículas quanto medonhas,
destas de fazer o destino da Itália com Sílvio Berlusconi parecer um espetáculo
de civilização.
Mas, diferente de lá, haverá um Lula, façam-lhe o que
fizerem, a ser o contraponto disso e, “pior”, compreensível até pelo mais
humilde caboclo deste país.
A desgraça em que meteram o Brasil, que já nos apavorava com
Temer, só mostrou as canelas, até agora.
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