Por Fernando Brito
É preciso muito estômago para tentar levar a sério o que se
passa na Justiça brasileira.
Eu, você e todo mundo ouve falar, há anos, que “a Lava Jato
revelou o maior esquema de corrupção do Brasil”.
Vá lá, como a gente não sabe, muito menos com riqueza de
detalhes, dos outros, que seja.
E o corolário desta grande investigação, ao que parece, são,
além de um apartamento “do Lula” que não é do Lula, o aluguel de um apartamento
ao lado daquele em que vive o ex-presidente, isso enquanto não chegamos ao
sítio.
Agora, parece que temos uma cruzada nacional para mostrar
que os recibos apresentados por Lula são falsos. Ou melhor, que têm de ser
falsos, porque esta é a “convicção” inabalável.
Meu Deus, será possível que possa passar pela cabeça de
alguém que a defesa de Lula ia ser primária ao ponto de se sentar em um
computador e uma impressora na semana passada e “aprontar” duas dúzias e
recibo.
O cidadão que diz que não recebia e que não tinha assinado
coisa alguma, embora declarasse no Imposto de Renda (quantos senhorios fazem
isso?) se assinou vários de uma vez, o que tem? Ah, mas tem um “31 de junho”,
quando junho tem 30 dias…
Caminhamos para o ridículo sem par nesta história, apenas
construindo arranjos para fazer o que se sabe, desde o início desta história,
em 2015, é aquilo que importa: “pegar o Lula” e retirá-lo do processo
eleitoral.
Nada além, simples assim.
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