Por Fernando Brito
Do juiz Luís Carlos
Valois, da Vara de Execuções Penais do Amazonas, no Facebook.
Se o filme fosse sobre algum processo que eu já tive em
minhas mãos, ninguém iria sorrir, nem eu, nem ninguém.
Talvez fosse um filme de drama, talvez um de suspense, podia
até ser um de terror, mas nenhum com a capacidade de se fazer sorrir comendo
pipoca.
Poderia fazer chorar, fazer virar a cara, dar nojo e até dar
vontade de sair do cinema, mas nunca fazer sorrir.
A justiça penal verdadeira não devia ser local, motivo, de
alegria, mas de tristeza sempre, porque, quando age, age demonstrando o quanto
falhamos como sociedade.
Não importa se a atuação da justiça penal pode ser
transformada em algo plasticamente belo, o que já é uma deturpação da verdade,
a justiça penal é triste, deve ser triste, para o bem da sociedade e da
possibilidade de se manter são.
Eu não vi esse filme, mas se ele é sobre justiça penal,
polícia e prisão, e causa essa alegria toda, eu não vou ver…
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