Por Fernando Brito
O resultado acachapante de 44 votos a 14, ontem, contrário à
proposta de Renan Calheiros de votar o regime de urgência para o projeto de
responsabilização de juízes e promotores estava muito estranho. Um “macaco
velho” como Renan sabe perceber as tendências de plenário. Quem se recorda da
votação sobre a prisão de Delcídio do Amaral lembra que ele retirou seus
óbices.
Hoje o Estadão revela a razão do “mico” pago pelo Presidente
do Senado: ele levou uma rasteira em acordos que tinha firmado.
Aécio Neves (MG) foi o primeiro a articular a urgência da
votação e o PSDB prometeu votos no requerimento, mas não cumpriu. O presidente
do PSDB, Aécio Neves (MG) trabalhou ao longo da tarde para costurar o acordo,
que foi fechado com lideranças do PMDB, PT, PSD, PP e PTC.
Mas nenhum voto dos senadores do PSDB, inclusive o dele,
acompanhou a proposta de Renan. Por que?
De acordo com um dos senadores que participou das reuniões
para a manobra, a bancada tucana foi orientada a votar fechada contra o
requerimento de urgência quando Aécio notou que iria perder. Desta forma, o
partido sairia insuspeito.
Aécio, é verdade, não foi o único.
Senadores que participaram do acordo criticaram os líderes
do PMDB, Eunício Oliveira (CE) e do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que nem
sequer estiveram presentes na votação para garantir a estratégia firmada.
A traição de ambos, nestes tempos em que indício é prova,
revela sinais de que o acordo pode – e provavelmente, tenha – raízes no
Planalto.
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