Por Fernando Brito
Vejam o ridículo a que o Brasil está submetido.
Lula é réu porque uma empresa teria pago o aluguel de um
guarda-móveis para conservar o acervo presidencial, o que a lei o obriga a
fazer mas não provê recursos para que se faça.
José Serra é ministro e representante do Brasil no mundo mas
não é réu por ter recebido, segundo dirigentes da Odebrecht, R$ 34,5 milhões
(R$ 23 milhões, em dinheiro da época) como “mimo” para sua campanha
presidencial em 2010.
Segundo a Folha, os delatores têm os recibos dos depósitos
feitos, com a intermediação do então (e sempre) tucano Ronaldo Cezar Coelho.
Haverá manifestação coxinha na Avenida Paulista?
Boneco do Serra vestido de presidiário?
Panelas batendo? Editoriais moralistas?
Embora nada disso vá acontecer, o fato é que o chanceler
brasileiro traz agora a marca da cruz suíça como um alvo em sua testa.
Imagine a ironia do ministro José Serra tendo, por dever
funcional, de assinar um pedido, oriundo da justiça, para que o governo suíço
entregue os documentos relativos às transações feitas em seu benefício, tais
como os “trusts” de Eduardo Cunha.
N’est pas sérieux, dizia ao velho De Gaulle.
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