Não se discute que os servidores
públicos precisam de reajuste em seus vencimentos.
Porém, quem examinar mais detalhadamente o pacote aprovado ontem
verá que os maiores reajustes será dados aos servidores das chamadas “carreiras
de Estado”, a começar pelo aumento dado aos ministros do Supremo Tribunal
Federal, que se reflete de forma exponencial nas despesas, com dezenas de
grupos funcionais aos quais vincula a remuneração. E claro, os penduricalhos que esta gente sabe se conceder.
A Folha, lá no final da matéria em
que registra que “nos bastidores, o argumento é que o fortalecimento político
de Temer com o funcionalismo, principalmente com suas cúpulas, compensa o desfalque
bilionário nos cofres públicos.”
É curioso que isso seja, também, a
primeira medida concreta do governo golpista, justamente no momento em que se
acusa de “rombo” e “orgia de gastos públicos”
a administração afastada.
Em alguns setores é, de fato,
escandalosa a despesa. Mas isso está longe de ser com o pessoal que,
efetivamente, toca a máquina.
O repórter Fábio Vasconcellos, de
O Globo, volta a mostrar que o Judiciário Brasileiro custa quatro vezes mais que o da Alemanha, ou dez vezes mais que o da Inglaterra, dos EUA ou da
Argentina. Absurdos remuneratórios para um país como o nosso e inchaços
provocados por uma “judicialização de tudo” da vida brasileira o explicam.
Lá em cima, reproduzo o gráfico
que Fábio elaborou. Olhe-o pensando no que dizem estes senhores diante da ideia
de desvincular dos patamares constitucionais e, na prática, reduzir os gastos
com educação e saúde.
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