Tchau, Aécio
Por João Paulo Cunha
Aécio Neves não é um cara esperto, mas acha que é. Como é
próprio do tipo, personalidades como a dele se nutrem mais da autoimagem que da
realidade. Uma vez que a vida não lhes proporcionou a saudável experiência do
arrependimento nem a construtiva vivência da frustração, acreditam que o real é
consequência natural de seus desejos. Não compreendem a derrota, não divisam o
outro em seu horizonte, não são capazes do compartilhamento.
Essa infantilidade de caráter se configura, na vida política
do senador mineiro, como um misto de arrogância e ressentimento. Quando vence
uma disputa, apenas consagra a distinção que julga merecer de nascença. Quando
é derrotado, insiste em questionar o resultado e, na efetivação da perda,
recolhe a bola ou tenta virar o tabuleiro e espalhar as peças. Completa o
diagnóstico mirim dos “espertos-só-que-não” uma peculiar relação com a lei.
Depois de tanta histeria e ranger de dentes, Aécio ficou com
a broxa na mão. Há uma crença no mundo político de que ser presidente é
destino, não merecimento ou vocação. Lula, JK e Vargas nasceram para
presidentes. Itamar o foi sem que tivesse os méritos do berço ou mesmo a
vaidade do desejo. Assim como Dilma Rousseff. O neto de Tancredo, sem os
atributos do valor e sem a ventura do acaso, não vai ser presidente da
República. Não tem distinção intelectual, competência gerencial, nem carisma.
Escolhe mal suas companhias. Para completar, nem a sorte está ao seu lado. Pelo
mal que fez ao país, é um desfecho de carreira merecido. CONTINUE LENDO
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