sábado, 2 de janeiro de 2016

HÁ 30 ANOS, JÂNIO DESINFETAVA DE FHC A CADEIRA DA PREFEITURA. NA DO PLANALTO, AINDA PRECISA SABÃO

Por Fernando Brito

A história é implacável. E, às vezes, impagável.

A seção de acervo do Estadão traz hoje a lembrança de uma das mais hilárias cenas que a política produziu: Jânio Quadros, na sua posse como Prefeito de São Paulo, passando desinfetante na cadeira do gabinete pelo fato de Fernando Henrique Cardoso ter se sentado nela, antegozando a vitória – que  não teria – nas eleições de 1985.

No dia 2 de janeiro seguinte, seu primeiro dia útil no cargo, Janio explicou a razão da assepsia:

“Gostaria que os senhores testemunhassem que estou desinfetando esta poltrona porque nádegas indevidas a usaram”

Jânio é matéria de acervo, mesmo, embora também tenha deixado lições de a que tipo de personagens a direita pode apelar para conseguir o que, com seus quadros orgânicos, quase sempre  não consegue: vencer eleições presidenciais.  Como o fez, com menos refinamento, com Fernando Collor.


Mas Fernando Henrique revelava publicamente, no insólito episódio, o traço doentio que o marcaria na então recém iniciada carreira política: a vaidade, a pretensão, a ambição.

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