Por Fernando Brito
O colega Tales Faria, que conheci quando ainda trabalhava do
Rio, no JB e na Folha, publica uma nota em sua coluna no site Fato Online.
Sempre o tive na conta de bom repórter o que torna gravíssimo o que ele diz:
que a Polícia Federal tem gravações de conversas entre Delcídio Amaral e
ministros do Supremo Tribunal Federal:
Além da gravação da reunião de Delcídio com Bernardo Cerveró
mencionando encontros com ministros do Supremo, a Polícia Federal também tem
escutas telefônicas do senador, um material que permanece secreto. Nesses
telefonemas, Delcídio estaria de fato conversando com os ministros do Supremo
Tribunal Federal.Ironicamente, o teor dessas conversas foi obtido por escuta
autorizada pelo próprio STF, que investigava Delcídio.
Se é verdade ou não, não se pode afirmar. Mas se pode
afirmar que, a esta altura, ninguém mais duvida que isso possa ter acontecido.
E que, gravada, qualquer conversa, mesmo que não tenha nada
de extraordinário, como um pedido de atenção maior a um processo ou um
argumento ou ponderação, ainda que em tese, presta-se a colocar sob suspeita
qualquer decisão de um ou mais ministros grampeados.
Bastaria que um policial ou um promotor se revolvesse a
vazá-la.
E, de novo, já ninguém duvida que haveria vários capazes de
fazê-lo, e a prova é que a minuta da delação premiada de Nestor Cerveró foi
encontrada nos escaninhos do banqueiro André Esteves.
Talvez seja esta a razão de o Supremo estar agindo da
maneira que está fazendo.
O Estado policial faz várias
vítimas, entre elas a independência do Judiciário, que deu, como diz o
povão, “asa a cobras”.
Se fossem só seus integrantes os picados por elas, menos
mal. Mas isso é veneno mortal para a democracia.
Delcídio Amaral é um rato, isto está claro.
Mas parece que o “chumbinho” envenenou mais gente.
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