As janelas do casarão
Em tempos idos, as janelas do casarão do coronel José Pinto e dona Inácia (Pombinha) Pinto dos Santos eram abertas tradicionalmente em dois momentos.
No dia de Corpus Christi, dona Pombinha colocava jarros com flores no passeio e com as amigas debruçadas nas janelas aplaudiam a passagem da procissão, como faziam as demais famílias feirenses que residiam no percurso.
Já no dia Procissão de Santana, lá estava novamente a veneranda criatura com as amigos dando "Viva a Santana!" e atirando pétalas de flores naturais quando a solene romaria se aproximava, tendo a frente a padroeira da cidade.
Afora os dois momento, as janelas do casarão também ficavam abertas todas as vezes que Chico Pinto estava na cidade.
Durante o dia, para clarear a enorme sala onde recebia gente da cidade e do campo que ia abraçá-lo e saber das novidades "lá da Capital Federal".
À noite, porque ao ser carregado até a residencia depois de mais um comício na cidade, a multidão só voltava pra casa após Pinto fizer outro discurso. E ele fazia.
Subia na janela, sem microfone, gorro na cabeça, cigarro entre os dedos, bastava dizer "Companheiros!!!" e a multidão ia ao delírio.
Ninguém lembrava que já tinha passado da meia-noite. Que era um novo dia!
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