Por Luis Nassif
Na grande crise de 2003, a imprensa foi atrás de todos os
ex-presidentes. Três deles se comportaram como ex-presidentes, chamando a
opinião pública à razão. Foram eles José Sarney, Itamar Franco e Fernando
Collor de Mello. Independentemente de história e linha de pensamento,
comportaram-se com a responsabilidade que se exige de um ex-presidente. O único
carbonário foi FHC, pequeno, mesquinho.
Não parou por aí. Sua vida pós-presidência tem sido um
exercício permanente de mesquinharia, agora, aproveitando-se de uma releitura
oportunista da mídia sobre seu governo – meramente devido à necessidade de se
criar um contraponto ao governo Lula.
FHC tem colaborado, de forma pertinaz, para destruir sua
reputação perante os observadores isentos da história. Fala pelos cotovelos,
sem observar nenhuma regra mínima de conduta que se espera de um ex.
Sua última obra prima é esse primor de lógica política:
Se Dilma não conseguir as reformas, também não conseguirá
governar.
A saída que tem, então, é se oferecer para o altar de
sacrifícios: se o Congresso der as reformas, ela ofereceria, em troca, seu
cargo de presidente, renunciando.
Com esse gesto de desprendimento, ela recuperaria sua força
política, diz esse gênio da análise política.
E de que serviria recuperar, sendo ex-presidente?
Provavelmente para poder participar do chá das 5 na Academia Brasileira de
Letras.
Não é fácil para aliados forçar interpretações sobre a era
FHC. Ele poderia facilitar a vida dos amigos e aliados não se expondo tanto
assim ao ridículo.
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