"Educação é algo que acontece somente no plural". Leia esta e outras reflexões feitas pelo antropólogo Tião Rocha sobre as relações de ensino-aprendizagem
Por Tião Rocha
1. Professor é aquele que ensina. Seu ofício é a ensinagem.
2. Educador é aquele que aprende. Seu ofício é a
aprendizagem.
3. Educação é um fim, escola é um meio. (Os meios devem
estar sempre a serviço dos fins a que se destinam).
4. Educação é algo que acontece somente no plural.
5. Não existe educação no singular. O “eu” sozinho não
educa.
6. Para que haja educação são necessários, no mínimo, duas
pessoas – o eu e o outro – (ou o professor e o aluno).
7. Educação não é o que eles, individualmente, trazem, mas o
que eles trocam.
8. A gente só troca o que tem pelo que ainda não se tem.
Isso se chamaaprendizagem. (quem troca seis por meia dúzia, está perdendo
tempo).
9. Educação, portanto, pressupõe aprendizagem. E a
aprendizagem só ocorre se houver troca (do tipo ganha-ganha).
10. É possível fazer educação sem escola? Sim!
11. É possível fazer boa educação debaixo do pé de manga?
Com certeza!
12. Mas é im-pos-sí-vel fazer boa educação se não tivermos
bons educadores.
13. Só os bons educadores produzem a boa educação (o contrário,
infelizmente, também é verdadeiro: os maus educadores produzem “caca”
educacional).
14. O bom educador é aquele que cria um pedagogia própria,
autoral (e não fica apenas falando “entre aspas” e/ou citando pés de página).
15. O bom educador é aquele que aprende mais do que ensina,
porque aprende a ver, ler e usar “o lado luminoso” de seus alunos e olhar sua
comunidade pelo “lado cheio do copo”.
16. O bom educador não mede carência, mas potência. Deixa de
ser um dependente do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e faz da sua escola
a guardiã do Índice de Potencial do Desenvolvimento Humano (PPDH) dos seus
alunos e sua comunidade.
17. Uma escola que se deseja excelente é aquela que
identifica, mede e avalia o IPDH de seus alunos e comunidade e o utiliza pela
sua capacidade de Acolhimento, Convivência, Aprendizagem, e Oportunidade
(ACAO).
18. O educador, a nível de excelência, é aquele que constrói
seu Plano de Trabalho e Avaliação (PTA) a partir de MDIs: – de quantas Maneiras
Diferentes e Inovadoras eu posso: alfabetizar uma criança, não perder nenhum
aluno, tirar um jovem da linha de tiro, mobilizar uma comunidade para zerar o
analfabetismo, fazer da escola um centro de excelência, construir uma cidade
educadora etc.
19. Toda escola pode transformar esses desejos e vontades em
realidade plena. Basta querer e investir suas energias e seu “lado luminoso”
nessas causas, porque elas fazem parte de sua governabilidade e não necessitam
ser “terceirizadas”.
20. Uma escola, a nível de excelência, é aquela que “não deixa nenhum aluno para trás” ou que “não perde nenhum aluno” ou que garante a todos, sem exceção, a aprendizagem de tudo o que todas as crianças e jovens precisam e podem aprender, no seu tempo e no seu ritmo, para serem os melhores e mais felizes cidadãos do mundo.
20. Uma escola, a nível de excelência, é aquela que “não deixa nenhum aluno para trás” ou que “não perde nenhum aluno” ou que garante a todos, sem exceção, a aprendizagem de tudo o que todas as crianças e jovens precisam e podem aprender, no seu tempo e no seu ritmo, para serem os melhores e mais felizes cidadãos do mundo.
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