Por Jorge Furtado
Fiquei muitos meses sem escrever
por aqui, por excesso de trabalho e por achar que o debate político estava tão
alterado que a atitude mais sábia era o silêncio. Esperava que os derrotados
das eleições fizessem o mesmo, deixassem passar os primeiros meses do novo
governo para cobrar resultados. Meu volume de trabalho não diminuiu, na verdade
cresceu, e os derrotados não esperaram nem um dia para subir ainda mais o
volume e a grosseria das críticas, muitos pregam em voz alta, sem qualquer
pudor, a volta da ditadura militar ou qualquer outro golpe que lhes devolva o
poder que perderam nas urnas.
Volto a escrever sobre política
porque o crescimento da direita, da intolerância, do fascismo, da ignorância e
da homofobia, transforma os calados em cúmplices. A história ensina que os inimigos
da democracia se utilizam da frustração e dos anseios legítimos da sociedade,
das pessoas de boa fé, para chegar ao poder, e então passam a exercê-lo com
tirania, perseguindo minorias, promovendo a intolerância e a violência. E aí é
tarde demais para combatê-los pacificamente.
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