O reencontro com seus valores originais representa a única
chance de o PT recuperar a credibilidade para compartilhar com o povo o comando
do seu destino.
Por Saul Leblon
A mais habilidosa e eficaz jogada do conservadorismo nas
últimas décadas foi acuar a agenda progressista brasileira carimbando no PT a
marca da degeneração ética.
Se isso pode ser revertido é outra história, mas o fato é
que a operação foi concluída com sucesso.
E a tal ponto que hoje ela é a pedra angular do golpe
branco, igualmente bem sucedido, que mantém o PT, o governo e o campo
progressista submetidos aos ditames de uma agenda conservadora repisada
diuturnamente como a ‘única’ saída para o país.
Não se trata apenas – e isso é sistematicamente reiterado —
de denunciar a existência de ilícitos na vida do partido.
Fosse assim a ofensiva neoudenista apenas o nivelaria à
norma da política brasileira.
Não. A mensagem
subliminar, não raro quase caricata, inoculada dia e noite em poções fartamente
distribuídas pelo dispositivo midiático é a de que a corrupção no PT, leia-se,
na esquerda, representa uma degeneração metabólica.
Coisa só sanável cortando-se o mal pela raiz, tornando
proscrito o Partido dos Trabalhadores que impôs quatro derrotas presidenciais
sucessivas à elite brasileira.
O ardil almeja atingir o fundo da alma brasileira, ou seja,
secar a esperança na política como espaço dos que nunca tiveram vez, nem voz,
na vida do país.
O que falta para espetar esse último prego no caixão da
esperança?
Falta capturar Lula no redil da degeneração ética.
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