por Luciano Martins Costa
A semana chega ao fim em clima de incerteza. O PMDB, que
enterra solenemente o que restava da herança de Ulysses Guimarães, conforma-se
em se tornar instrumento dos presidentes das duas casas legislativas, Renan
Calheiros e Eduardo Cunha.
A corda estica de um lado e de outro, mas o que vai definir
o resultado do jogo é, como sempre, a economia. Brasília tem assistido, nos
últimos dias, a uma intensa movimentação de lobistas e executivos de grandes
empresas encarregados das relações institucionais. Esses protagonistas tratam
de defender os interesses específicos de seus setores, e corre no chamado mercado
que os ajustes anunciados vão acontecer no máximo em um mês.
A imprensa não consegue captar eventos de bastidores,
porque, de modo geral, colunistas e repórteres só falam com personagens muito
visíveis, com os quais estabelecem os acordos para vazamentos de informações.
A crise política a que assistimos pode ser o sinal
superficial de um movimento de grandes proporções, que ameaça levar o PMDB
oficialmente para a oposição. Nessa condição, ou o partido abocanha o poder, o
que só poderia ocorrer por meio do impeachment da presidente da República, ou
verá desidratar-se a estrutura portentosa que montou ao longo de três décadas.
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