sexta-feira, 27 de março de 2015

O PLANALTO DOS VENTOS UIVANTES

por Luciano Martins Costa

A semana chega ao fim em clima de incerteza. O PMDB, que enterra solenemente o que restava da herança de Ulysses Guimarães, conforma-se em se tornar instrumento dos presidentes das duas casas legislativas, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.

A corda estica de um lado e de outro, mas o que vai definir o resultado do jogo é, como sempre, a economia. Brasília tem assistido, nos últimos dias, a uma intensa movimentação de lobistas e executivos de grandes empresas encarregados das relações institucionais. Esses protagonistas tratam de defender os interesses específicos de seus setores, e corre no chamado mercado que os ajustes anunciados vão acontecer no máximo em um mês.

A imprensa não consegue captar eventos de bastidores, porque, de modo geral, colunistas e repórteres só falam com personagens muito visíveis, com os quais estabelecem os acordos para vazamentos de informações.


A crise política a que assistimos pode ser o sinal superficial de um movimento de grandes proporções, que ameaça levar o PMDB oficialmente para a oposição. Nessa condição, ou o partido abocanha o poder, o que só poderia ocorrer por meio do impeachment da presidente da República, ou verá desidratar-se a estrutura portentosa que montou ao longo de três décadas.

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