Por Pedro Peduzzi
Ao autorizar o uso de verbas públicas para a compra de
passagens aéreas de cônjuge de parlamentares, o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acaba por criar mais um "telhado de
vidro" para o Congresso Nacional. Na avaliação de especialistas
consultados pela Agência Brasil, parlamentar que usa dinheiro público com esse
propósito está sendo antiético e antirrepublicano, uma vez que, devido à crise,
o momento exige corte de gastos. “E comete também uma ilegalidade, porque os
benefícios à família não estão previstos na Constituição. Portanto é bastante
possível que alguém entre com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal
Federal (STF) contra essa medida”, disse o professor de Ética Política da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano.
“É o indivíduo [que foi eleito] e não sua esposa, papai ou
cachorrinho. Isso é inaceitável, além de antiético e antirrepublicano. Como
justificar essas prerrogativas familiares em um país com uma crise econômica
como a nossa? Os deputados deveriam mostrar solidariedade ao governo e
economizar, em vez de fazer esse exibicionismo de privilégios. Trata-se de mais
um péssimo exemplo de nosso Legislativo, que desconhece que, na República,
todos são iguais”, acrescentou o especialista.
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