A dupla derrota, em Minas e no Brasil, fizeram com que Aécio perdesse o rumo e abdicasse da prudência mineira.
Luis Nassif
Aécio Neves não foi talhado para as grandes aventuras
políticas. Essa vocação exige dedicação integral.
Nem sempre é necessário abdicar da vida pessoal. No padrão
machista da época, em meio ao trabalho estafante de construir a nova etapa da
indústria nacional e Brasilia, Juscelino Kubitscheck arrumava tempo para as
serestas e para agradáveis encontros diários em final de expediente.
No gabinete parlamentarista, Tancredo Neves e San Tiago
Dantas trabalhavam pesado até o final da tarde. Depois, trancavam-se na sala de
um deles, abriam o uísque e relaxavam em boa companhia.
João Baptista Figueiredo dava escapulidas de madrugada. E
Jânio Quadros fugia do turbilhão de Brasilia em um apartamento discreto do Rio,
emprestado pelo amigo Julio Barbero. Na fase de maior pressão, que antecedeu a
renúncia, ficou vários dias com uma das mais belas atrizes da história.
Mas, em todos esses casos, o exercício da política era a
atividade central. O relaxamento era a hora do recreio.
Aécio inverteu. Herdou um nome e uma legenda e só
recentemente pareceu abrir mão da vida pessoal. Antes, sua vida havia sido um eterno recreio com alguns
intervalos para a política. MAIS
O pacto mineiro e paulista
A perda de rumo
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