Por Carlos Castilho
A ressaca da campanha eleitoral criou uma situação
extremamente delicada em que o papel da imprensa passa a ser ainda mais
relevante do que antes do segundo turno. A radicalização político-emocional,
promovida por veículos como a revista Veja, fez aflorar velhos preconceitos e
vestígios autoritários gerados pela frustração eleitoral.
O ambiente político surgido logo após a divulgação dos
resultados do segundo turnoconfere à imprensa uma função complexa em que a
produção de notícias torna-se menos importante do que o papel do jornalismo na
extinção de um estopim informativo de consequências imprevisíveis. É o momento
em que os veículos de comunicação precisam pensar mais nas implicações de suas
decisões do que na preocupação com suas estratégias comerciais.
Pode parecer paradoxal, mas tudo indica que a imprensa é no
momento a única instituição capaz de promover um mínimo equilíbrio entre
percepções opostas da realidade política pós-reeleição de Dilma Rousseff. A
presidente prometeu diálogo, mas suas intenções ainda estão marcadas pela
campanha e, portanto, sujeitas a dúvidas sobre sua credibilidade. MAIS
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