Órfão da toga justiceira, Aécio Neves tenta vestir uma fantasia de justiceiro social, esgarçada pela estreiteza dos interesses que representa.
por: Saul Leblon
Joaquim Barbosa deixa a cena política como um farrapo do
personagem desfrutável que se ofereceu um dia ao conservadorismo brasileiro.
Na verdade, não era
mais funcional ter a legenda política associada a ele.
Sua permanência à frente do STF tornara-se insustentável.
Vinte e quatro horas antes de comunicar a
aposentadoria, já era identificado pelo
Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, como um fator de insegurança
jurídica para o país.
A OAB o rechaçava.
O mundo jurídico manifestava constrangimento diante da
incontinência autoritária.
A colérica desenvoltura com que transgredia a fronteira que separa o sentimento de vingança e ódio da ideia de justiça,
inquietava os grandes nomes do Direito.
Havia um déspota sob a toga que presidia a Suprema Corte do
país.
E ele não hesitava em implodir o alicerce da equidistância
republicana que confere à Justiça o
consentimento legal, a distingui-la dos
linchamentos falangistas. Em CARTA MAIOR
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