Por Sérgio Saraiva
Fernando Gabeira foi um ícone da minha adolescência e
juventude. Ele, e não José Dirceu, era o candidato a Che Guevara verde e
amarelo.
Hoje, José Dirceu ainda é o símbolo da resistência dos
valores e lutas da sua geração, ainda pode erguer com legitimidade o braço
esquerdo com o punho cerrado à frente de uma prisão e despertar na militância o
sentimento de que há um líder a ser defendido. Gabeira, por seu lado, parece
que, como outros da sua geração, tornou-se apenas mais alguém que chega à
velhice com a alma curtida em ressentimentos.
Não é o único, há quase uma doença ou maldição atacando
expoentes da rebeldia e da contestação das duas últimas gerações, algo como uma
“síndrome de reacionarismo” da madureza e senescência.
É isso que deixa transparecer em seu artigo de 25/04/2014,
no Estadão, "Bom dia, Cinderela".
Essa Cinderela é a Presidente Dilma Rousseff e, se Gabeira
pretendia ser irônico ou mordaz com o tal título, acabou sendo apenas
deselegante, senão grosseiro. Até onde eu saiba, este ainda é um caso de um
homem se dirigindo a uma senhora.
O artigo em si é um longo texto repetitivo, um “samba de uma
nota só”, carregado de preconceitos e ilações sobre Petrobrás e Copa no Brasil.
Temas que, para quem tem informação, já encheram o saco.
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