Por Wilson Ferreira
Aos 50 anos do golpe militar de 1964 é necessário
revisitarmos o documentário “Muito Além do Cidadão Kane” (Beyond Citizen Kane,
1993), dirigido por Simon Hartog para o Channel Four da Inglaterra. A Globo
venceu na justiça e o filme foi banido do País, mas acabou assistido e debatido
nos meios universitário e acadêmico. Tornou-se um documento fundamental para
conhecermos o Brasil e a nossa TV. Ficou famoso internacionalmente pelas suas
denúncias sobre as manipulações do telejornalismo da Globo e o favorecimento
econômico da emissora de Roberto Marinho desde o início do regime militar. Mas
o documentário de Hartog diz mais, que só o olhar de um estrangeiro poderia
ver: os detalhes que contribuíram para a Globo formar a primeira rede de TV do
País, capaz de criar um conteúdo tão genérico que passou por cima da
diversidade cultural e regional brasileira. “A estranha combinação” do
entretenimento dominical, a TV em cores e o projeto de modernidade e integração
nacional dos militares e o condicionamento da vinheta do plim-plim e da
linguagem do globês que alterou a identidade idiomática do brasileiro.
"Olimpíadas do Faustão" e "Fantástico":
a "estranha combinação no lazer do domingo.
Uma das chaves da construção de uma
rede nacional de TV
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