Cinquentenário do golpe militar de 1º de abril extrai verdades existentes dentro de personagens emblemáticos; colunista Arnaldo Jabor, da Rede Globo, afirmou que País "mereceu" quebra da democracia; ex-presidente Fernando Henrique comparou presidente Dilma Rousseff a Jango Goulart, dando pitaco pela desestabilização do governo; ex-governador Paulo Egydio relatou a Geneton Moraes Neto caso de tortura e chantagem sobre o qual lavou as mãos em nome com combate "ao comunismo"; ex-deputado Célio Borja negou ter havido uma ditadura, mas apenas "um governo com plenos poderes"; jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo evitaram qualquer autocrítica sobre apoio editorial – e logístico, no caso da Folha – dado ao golpe; blogueiro Reinaldo Azevedo escreveu, como era esperado, que a culpa foi da esquerda; faltou propor beatificação de militares
31 DE MARÇO DE 2014 ÀS 11:17
247 – O aniversário de 50 anos do golpe militar de 1º de
abril de 1964 mostrou os lobos que existem dentro de personagens que se
classificam como democratas.
Um dos primeiros a surpreender em sua compreensão pelo
movimento que quebrou o ciclo democrático por 21 anos, cassou 174
parlamentares, extinguiu partidos políticos, perseguiu, torturou e matou
militantes de organizações democrática e de esquerda foi o colunista Arnaldo
Jabor, da Rede Globo. Polemista com verniz de liberal, ele escreveu que
"merecemos" o estado de exceção que as Forças Armadas impuseram ao
País. Para ele, as organizações populares não tinham compromisso com a democracia,
mas apenas em tomar o poder.
Seguiu também pela linha de culpar o público pelo golpe o
blogueiro Reinaldo Azevedo, que tirou de seu saco de maldades o argumento
clássico dos golpistas. Ventríloquo da direita, Azevedo cravou que muitos dos
apoiadores do presidente João Goulart queriam "implantar uma ditadura
comunista no Brasil". As eleições presidenciais marcadas para 1965, como o
então pré-candidato Juscelino Kubistchek como favorito, ele, é claro, nem fez
questão de mencionar.MAIS
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