domingo, 31 de outubro de 2010

DILMA-LÁ: BRASIL ELEGE 1ª PRESIDENTE

Sem nunca ter ocupado um cargo eletivo, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff transformou-se neste domingo na primeira mulher presidente do Brasil. Dilma foi confirmada a vencedora da disputa mais agressiva das últimas décadas às 20h04, quando a apuração feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contava 91,2% dos votos apurados. Naquele momento, a petista registrava 55,3% dos votos válidos, contra 44,6% contabilizados pelo adversário, o tucano José Serra.
Em sua primeira declaração depois do resultado das urnas, Dilma agradeceu aos eleitores que lhe dedicaram o voto. "Estou muito feliz e agradeço aos brasileiros e brasileiras. Vou honrar esta confiança que recebi", afirmou, em uma rápida declaração dada pela janela do carro, em Brasília.

No primeiro discurso, Dilma emocionou-se ao agradecer ao presidente Lula. Com a voz embargada, a petista disse que vai buscar a ajuda de Lula sempre que julgar necessário. "Baterei muito à sua porta e tenho certeza e confiança que a encontrarei sempre aberta", afirmou a petista, sob aplausos da plateia de militantes petistas que participou da festa organizada em um hotel em Brasília. "Sei que a distância do cargo nada representa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", emendou. Segundo Dilma, a tarefa de suceder a Lula é "difícil e desafiadora".
Dilma viu sua candidatura ser construída passo a passo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que foi escalada para a tarefa, a petista mudou o jeito de falar, a maneira como se relaciona com aliados e o jeito de se vestir. Por todo o período em que integrou a equipe de governo de Lula – seja na equipe de transição, no Ministério de Minas e Energia ou na Casa Civil –, Dilma carregou consigo a fama de durona. Aos poucos, caiu nas graças do presidente e acabou furando a fila no PT para concorrer ao cargo mais alto do País.
Ao assumir o governo em 1º de janeiro, Dilma transformará o PT no primeiro partido a permanecer no governo por mais de oito anos desde a redemocratização. Ainda assim, a primeira mulher presidente do País enfrentará desafios políticos, econômicos e sociais. Entre eles, o reajuste fiscal, as reformas política, econômica e tributária, a melhoria na qualidade de ensino e da saúde. (ig)

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