sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SERRA E A HISTÓRIA



Serra e a História
Por Ricardo Noblat

Ora, se a oposição nos últimos oito anos não quis se opôr ao governo Lula - ou se opôs mal; se seu candidato a presidente da República, José Serra, esconde o que o PSDB fez de bom no governo Fernando Henrique Cardoso e insiste em fingir que o candidato da continuidade é ele, e não Dilma; respondam-me: por que o eleitor deveria votar contra o governo que aí está? Um governo tão bem avaliado por ele, eleitor, e pela própria oposição?

Estamos de acordo: foi a força de Lula que empurrou Dilma rampa do Palácio do Planalto acima. Mas alto lá. Não foi somente a força dele. A oposição também empurrou Dilma quando renunciou a desempenhar seu papel.

O desastre da candidatura Serra deve ser debitada em grande parte na conta da oposição. Ela colhe o que plantou com tanto esforço.

Naturalmente, Serra deu sua contribuição preciosa para o desastre.

No dia 14 de janeirio último, em entrevista à Christiane Samarco, de O Estado de S. Paulo, por exemplo, Serra afirmou:

- Candidato a presidente não é líder da oposição. (...) Vou apontar para o futuro. Não vou ficar tomando conta do governo Lula.

Ninguém tomou conta.

Deu no que deu.

De onde Serra tirou essa de que candidato a presidente por um partido de oposição não é o líder da oposição? É o quê?

A campanha eleitoral começou em julho passado com os aliados de Serra ainda pedindo votos para ele. Em seguida, os pedidos escassearam. Em seguida, o nome de Serra praticamente sumiu da propaganda deles.

A próxima fase: os aliados pedirão a Serra para que evite visitá-los em seus Estados.

Serra poderia passar à História como o líder da oposição derrotado duas vezes pelo maior mito político da política brasileira do final do século XX e inícío do seguinte - Lula.

Mas não. Passará à História apenas como um político derrotado.

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