INGENUIDADE
Homero de Figueiredo
Eu queria lhe ter hoje à tardinha
P’ra que o sol descambasse entristecido
Quando lhe visse a mim muito juntinha,
Deixando-me brincar com o seu vestido...
Se você viesse a brisa também vinha
Beijar-lhe a face e o lábio enrubescido,
Embora não a encontrasse tão sozinha
Como costuma ter acontecido...
Por que você não vem quase à noitinha?
Por que você não escuta o meu pedido?
Venha – que a deixarei sossegadinha...
Somente no seu colo, adormecido,
Como se fosse noite... e a noite, minha...
- E disto eu já tivesse me esquecido
- Publicada no jornal “Folha do Norte”, edição nº 2.612, em 1959, há meio século...
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