segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

MAIS UM CHOQUE NO INTERIOR DO PODER



A ordem é acabar a “briga”. Prá não chamar muito a atenção, os dois fumarão mais tarde o "cachimbo da paz"...

No meu tempo de repórter do “Diário de Notícias”, tinha entre as tarefas acompanhar os trabalhos da câmara municipal. As sessões eram realizadas de segunda a sexta-feira, à noite, no sétimo andar do antigo INPS, onde funcionava o poder.

Os repórteres ficavam no interior do plenário e Edival Souza era o líder da pequena bancada da imprensa. Sem televisão e jornais diários, cabia a ele, na manhã do dia seguinte, informar aos ouvintes da Rádio Sociedade tudo que aconteceu no legislativo. Fazia com carisma e lealdade aos fatos.

Deixei de cobrir as sessões, mas não deixei de acompanhar as atividades do legislativo no seu todo. Nos anos 70, por exemplo, testemunhei a criação - com apenas um profissional, da Assessoria de Imprensa da Câmara, que seria o embrião da atual Ascom, equipada e com muitos profissionais, inclusive concursados.

Acompanhei, da mesma forma, as mudanças na estrutura organizacional do poder, que premiaram os vereadores com vários assessores parlamentares, entre estes profissionais da comunicação, todos nomeados por atos da mesa diretora.

A intensa presença de jornalistas e radialistas no dia a dia da câmara, seja atuando na Ascom, nas assessorias dos vereadores, nos programas terceirizados ou fazendo cobertura para tantos outros meios comunicação, tem motivado arranhões de ambos os lados, com prejuízos para a imagem das duas instituições.

Por conta dessa convivência, a câmara que escolhe os melhores repórteres ao final de cada período legislativo é a mesma que ameaça revogar condecorações quando um dos seus pares encara como agressão uma crítica qualquer. Por outro lado, independente de vínculos contratuais, tem comunicadores que ainda reúnem colegas e fazem a escolha dos “piores vereadores”.

No outro extremo, no lugar de “A cidade em preto e branco”, pela Rádio Sociedade; “Falando francamente”, pela Rádio Cultura e “Hora certa, musica e noticias”, pela Rádio Carioca, surgiu um verdadeiro “rosário” de programas terceirizados.

O “horário nobre” deixou de ser o horário do café da manhã, porque excetuando raros casos, todos os programas, em todas as emissoras, até mesmo em algumas FM’s, passaram a ser jornalísticos (?), com os mesmo quadros, os mesmos repórteres, a mesma propaganda oficial. Diferente só o titulo e o âncora, este responsável pela terceirização.

Feita esta viagem, entendo que a nomeação de Renato Ribeiro, devidamente qualificado para assumir a chefia da Ascom, seguida da reação de Getulio Barbosa, justa, porque amparada em fatos concretos, apenas testemunha a necessidade de vereadores e comunicadores selarem uma convivência republicana para o bem das duas instituições.

Como nos velhos tempos...

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