sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

O HOMEM MEDIANO E A ELITE BRASILEIRA


Por Jorge Alexandre Neves

A coluna de Eliane Brum, publicada no El País, intitulada “O homem mediano assume o poder”  traz uma análise muito interessante e profunda sobre as razões pelas quais o brasileiro mediano votou em Jair Bolsonaro para presidente da República (*). Eu gostaria, contudo, de levantar uma reflexão sobre as elites nacionais e seu apoio maciço a Bolsonaro. Por que tanto a plutocracia quanto boa parte das oligarquias regionais e, talvez mais interessante, a elite dos “bacharéis”, aderiram à candidatura e ao governo do capitão reformado?

Como disse Eliane Brum em seu artigo, a principal marca de Jair Bolsonaro é a mediocridade. Nunca se destacou em nada que fez na vida. Foi um militar absolutamente irrelevante, tendo saído para a reserva com uma das mais baixas patentes do oficialato. Como deputado federal por quase três décadas, sempre participou do chamado “baixo clero” da casa. Por que os donos do dinheiro, os donos do poder e os sábios de plantão decidiram apoiar alguém tão desprovido de virtudes? A figura mais medíocre a chegar à presidência da República, no Brasil. Acho que, como têm pontuado alguns (entre eles Mino Carta), as elites nacionais passaram por um forte processo de decadência cultural e de liderança, nas últimas décadas.

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