Por Jorge Alexandre Neves
A coluna de Eliane Brum, publicada no El País, intitulada “O
homem mediano assume o poder” traz uma
análise muito interessante e profunda sobre as razões pelas quais o brasileiro
mediano votou em Jair Bolsonaro para presidente da República (*). Eu gostaria,
contudo, de levantar uma reflexão sobre as elites nacionais e seu apoio maciço
a Bolsonaro. Por que tanto a plutocracia quanto boa parte das oligarquias
regionais e, talvez mais interessante, a elite dos “bacharéis”, aderiram à
candidatura e ao governo do capitão reformado?
Como disse Eliane Brum em seu artigo, a principal marca de
Jair Bolsonaro é a mediocridade. Nunca se destacou em nada que fez na vida. Foi
um militar absolutamente irrelevante, tendo saído para a reserva com uma das
mais baixas patentes do oficialato. Como deputado federal por quase três
décadas, sempre participou do chamado “baixo clero” da casa. Por que os donos
do dinheiro, os donos do poder e os sábios de plantão decidiram apoiar alguém
tão desprovido de virtudes? A figura mais medíocre a chegar à presidência da
República, no Brasil. Acho que, como têm pontuado alguns (entre eles Mino
Carta), as elites nacionais passaram por um forte processo de decadência
cultural e de liderança, nas últimas décadas.
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