domingo, 14 de outubro de 2018

A FOLHA E A SERPENTE


Por Fernando Brito

A coluna da ombudsman da Folha de hoje, depois de meses de campanha eleitoral, discute se a candidatura de Jair Bolsonaro merece ser chamada de “extrema-direita” ou não.

Seria cômico, se não fosse trágico, como no velho adágio popular.

Dizem os dirigentes do jornal que só a chamariam de “extremista” se fosse uma das ““facções que praticam ou pregam a violência como método político”.

A pergunta óbvia aos atilados editores do jornal é se consideram o candidato –  pessoalmente, de viva voz –   defender a tortura, pregar uma guerra civil e a morte de 30 mil brasileiros, a esterilização em massa, sugerir que as minorias “se acomodem ou desapareçam”, discriminar abertamente homossexuais – que não o seriam se “levassem um couro” – e negros – “que nem para reprodutor servem” e sugerir que se “metralhem os petistas” já disse o suficiente para para que se afirme que prega ” a violência como método político”.

Imagine o leitor que fosse o caso de dizer se uma serpente é ou não peçonhenta: está lá a cabeça triangular, as fossetas lacrimais que só elas têm, as pupilas verticais e a cauda que se afila rapidamente, mas ainda assim o tolo, como uma criança, acha o bichinho inofensivo.

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