Por Fernando Brito
A coluna da ombudsman da Folha de hoje, depois de meses de
campanha eleitoral, discute se a candidatura de Jair Bolsonaro merece ser
chamada de “extrema-direita” ou não.
Seria cômico, se não fosse trágico, como no velho adágio
popular.
Dizem os dirigentes do jornal que só a chamariam de
“extremista” se fosse uma das ““facções que praticam ou pregam a violência como
método político”.
A pergunta óbvia aos atilados editores do jornal é se
consideram o candidato – pessoalmente,
de viva voz – defender a tortura,
pregar uma guerra civil e a morte de 30 mil brasileiros, a esterilização em
massa, sugerir que as minorias “se acomodem ou desapareçam”, discriminar
abertamente homossexuais – que não o seriam se “levassem um couro” – e negros –
“que nem para reprodutor servem” e sugerir que se “metralhem os petistas” já
disse o suficiente para para que se afirme que prega ” a violência como método
político”.
Imagine o leitor que fosse o caso de dizer se uma serpente é
ou não peçonhenta: está lá a cabeça triangular, as fossetas lacrimais que só
elas têm, as pupilas verticais e a cauda que se afila rapidamente, mas ainda
assim o tolo, como uma criança, acha o bichinho inofensivo.
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