Por Fernando Brito
Agora que a Veja está morrendo, preocupa-me que a Folha
esteja assumindo o chamado “jornalismo Chico Xavier”, onde o repórter não se
limita a escrever sobre fatos revelados por “fontes” – em geral personagens de
segundo plano, que querem ficar “amiguinhos” de jornalistas – e passa a
psicografar pensamentos dos personagens-vítimas
das histórias a serem contadas.
Nada contra o jornalismo com opinião e até com paixões
confessadas – não só o pratico como acho um ato de honestidade com o leitor –
mas eu não sou, confesso, capaz de saber o que Aécio Neves anda pensando com
seus botões nem o que Alckmin conversa com Dona Lu.
Hoje há uma matéria sobre como Fernando Haddad “abandona
perfil de professor e mergulha no PT“.
O que seria “um perfil de professor”? Não-militante? Será
que a Folha aderiu ao “Escola Sem Partido”?.
E, logo em seguida, escrutina em detalhes o pensamento
íntimo de Lula:
A preferência não era por ele. Nunca foi. Luiz Inácio Lula
da Silva queria que Jaques Wagner assumisse seu lugar de candidato do PT ao
Planalto quando a Justiça Eleitoral o declarasse inelegível.
Sinceramente, é algo de fazer inveja a diagnóstico de
analista.
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