Por Fernando Brito
A insubmissão de Sérgio Moro ás instâncias superiores do
Judiciário nem mais precisa ser apontada.
Ele próprio a assinala.
Fui ler o voto vencedor do pedido de efeito suspensivo da
pena de José Dirceu, proferido por Dias Toffoli e acompanhado, por maioria de 3
a 1, pela 2ª Turma do STF, que resultou na libertação provisória do
ex-ministro.
Não há uma palavra sobre medidas cautelares substitutivas da
prisão.
Mas Sérgio Moro mandou colocar em Dirceu uma tornozeleira
eletrônica.
Qual o fundamento?
Risco de fuga de quem tem respondido, obedientemente, a todo
o “prende-e-solta” dos seus processos, sem nunca ter esboçado um gesto de
evadir-se?
Evidente que não.
A tornozeleira eletrònica, para quem puder livremente
circular – e pode, porque não está submetido a uma pena, porque ela foi
suspensa – serve para quê?
Está evidente para o que serve: a tornozeleira está posta às
canelas do Supremo.
Pois o Supremo disse que Dirceu está solto e Moro diz que
não está, porque quer tratá-lo como seu prisioneiro.
E, afinal, o é, porque não tem coragem de por paradeiro nos
abusos do tiranete de Curitiba.
Sérgio Moro nem precisa fazer muito esforço para ser o “juiz
supremo” do Brasil.
Os que deveriam ser fazem questão de ser uns despreziveis
micróbios, mesmo quando ensaiam ser supremos.
Aquele história de que “o Supremo voltou”, Dr. Gilmar
Mendes, não durou 24 horas.