Por Fernando Brito
Francamente, nenhuma outra sensação senão a vergonha pode
vir da leitura da cobertura da Folha sobre o périplo de Sérgio Moro em Nova
York.
Um juiz, com cara de idiota deslumbrado, comprazendo-se em
ver-se como super-herói, nas ceroulas coloridas do Super-Homem, num jantar de
bacanas num restaurante de Manhattan é a coisa mais tosca que alguém pensaria um dia ver.
Leia, não estou delirando:
Moro também parecia esfuziante ao ver imagens dele mesmo
projetadas no telão, de montagens como a que mostra a cara do juiz federal no
corpo de um Super-Homem a imagens das passeatas de quem se vestiu de verde e
amarelo e bateu panelas pelo impeachment da ex-presidente petista Dilma
Rousseff.
Moro, que parece fazer agora uma volta olímpica
publicitária, reconheceu que o peso da opinião pública foi fundamental para
seus julgamentos ao longo da Operação Lava Jato.
Quem sabe não podemos ter o mesmo episódio em terras
patrias, fazendo uma homenagem ao “salvador do Brasil” no próprio Supremo
Tribunal Federal, com a Ministra Cámem Lúcia de Mulher-Gato, Rosa Weber de
Mulher-Maravilha e Luís Roberto Barroso de Robin, já que o Batman Barbosa aposentou-se e correu da raia?
Vamos, reduzam ainda mais ao ridículo a Liga da Justiça que
“governa” o Brasil desgovernado, transformando este país numa caricatura
doentia de vaidades e arrogâncias!
De verdade, a última coisa que pensei em escrever na vida
foi que juízes admitam ser transformados em clowns para platérias estrangeiras
endinheiradas.
Dá nojo ver no que esta gente se transformou.
Até um Antonio Carlos Magalhães ou um José Sarney teriam
vergonha na cara para não se prestarem a tal papel.
Estamos sob a tutela de imbecis, que não têm sequer a noção
do decoro que se exige de magistrados.
Comportam-se como pré-adolescentes numa casa de festas,
entregues a brincadeiras infantilóides, sem qualquer noção de ridículo.
Insurgir-se contra isso não é mais uma atitude
político-ideológica, é um imperativo moral.
Viramos uma chacota internacional.
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