sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O ERRO DOS MARINHOS COM A NET

Por Luiz Nassif

Na grande crise da NET, no início dos anos 2.000, um dia baixa no Banco do Brasil o primogênito de Roberto Marinho, João Roberto Marinho. A NET tinha sido vítima dos cabeças de planilhas. Contrataram jovens financistas de mercado, que montaram um PowerPoint com projeções de venda, apontando para um cenário de 6 milhões de assinantes em pouco tempo. Com base na planilha, colocaram bonds no exterior.

A estrutura foi montada para tanto, mas não conseguiram passar de 1,5 milhão, pois o ponto de equilíbrio foi calculado em 3,5 milhões.

A Globo contratou então o ex-presidente da Petrobras, Philippe Reichstull para tentar colocar a NET em pé.

​Foi uma conversa complicada, com Fernando Henrique Cardoso telefonando várias vezes para a diretoria, pressionando por uma solução. Mas o efeito Lula havia provocado uma disparada no dólar, deixando a empresa pela hora da morte.

Nas conversas com o BB, João Roberto fez o desabafo definitivo:

- Nosso maior erro foi ter feito endividamento em dólares. Nós não temos a menor condição de pressionar Margareth Thatcher e Bush.

No caso da CBF e da compra dos direitos da Copa Brasil, fizeram tudo direito: copa brasileira, dirigentes brasileiras, corrupção brasileira, Ministério Público brasileiro, Judiciário brasileiro. Como iam prever que a sociedade de Ricardo Teixeira com um espanhol, e a circulação da propina em dólares, traria para o jogo o MP espanhol, o suiço e o FBI? São as agruras desses tempos de globalização.

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