Por Fernando Brito
O jornalista espanhol Tom Avedaño, em artigo publicado ontem
à noite na edição brasileira do El País, diz que o Brasil é um país “em que os
juízes tomaram o poder“.
A economia está em crise, a política gira em torno dos
tribunais e o povo perdeu a esperança de que tudo fique melhor quando todos os
culpados estiverem na cadeia. “A nova e definitiva era é de substituição de
pessoas pelas instituições. Salvação, sim, sem salvadores”, afirma Ayres
Britto, que foi juiz do Supremo Tribunal nomeado por Lula entre 2003 e 2012. Um
futuro com a classe política atrás das grades, e que deixa a dúvida sobre quem
liderará o país.
A “restauração da moralidade” – a pública, porque a privada
segue ganhando imoralmente com a pobreza geral – que engana alguns trouxas, de
fato, nos levou a esta estranha “democracia togada”, onde uma camada de
“meritocratas” se substituiu ao povo na decisão de quem deve governar e, até,
quem pode pretender governar pela via do voto.
Moralidade, aliás, de
uma casta que, alegremente, se autoconcede vantagens irrazoáveis e, várias
delas, absolutamente imorais e vive, ao contrário do povo brasileiro, na
fartura de quem – nas palavras do ex-presidente do Tribunal de Justiça de SP –
vai a Miami comprar ternos.
Agora, o poder judicial volta-se para o processo eleitoral o
qual, no fundo, desejaria abolir, o que faz na prática, ao pretender dirigi-lo. MAIS
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