Por Fernando Brito
Não se sabe se com crua
ironia ou grande desejo, Ricardo Noblat escreve hoje, em sua coluna em O
Globo que “espera-se que o Juiz Sérgio Moro condene Lula, esta semana e “então
o país poderá respirar aliviado”.
Afinal, isso aproxima do final o ciclo maldito em que se
mergulhou o Brasil, destruindo o país para alcançar a figura política que mais
o elevou, nas últimas décadas.
É preciso que se encontre uma fórmula que nos faça voltar a
ser uma massa humana amorfa, sem vontade, sem sonhos, apenas com olhos para o
“inimigo interno” que já não são os perigosos comunistas, mas os corruptos, que
– espécie recente, não existente antes – nos levaram a esta ruína econômica.
Tudo facilitado pela ampliação de uma classe média alienada
como nunca da identidade nacional, que aprecia agora, como símbolos de
realização, os SUV, a viagens a Miami para compras e o novo aplicativo de
celular.
Será, também, um triunfo – que se espera temporário – de uma
camada que ascendeu à nobreza “republicana”, no Ministério Público e no
Judiciário, onde a manipulação da lei e dos processos judiciais lhes dão uma espécie
de “super-voto”, com o qual destituem ou destroem os que possuem o voto
popular.
Os “salvadores da pátria” a atiraram a esta vergonha que
vivemos, com as “instituições funcionando” para produzir decisões seletivas,
nojentas, deprimentes.
Sim, Noblat, o Brasil de sempre pode – por algum tempo –
“respirar aliviado” com a condenação de Lula.
O outro Brasil, o Brasil do povo, o Brasil que quer ser uma
nação do tamanho que merece, o Brasil que quer crescer e se tornar mais justo,
mais feliz, sem a vergonha do desemprego, da fome, do atraso, este não fica
aliviado, fica com a respiração suspensa.
Não é Lula quem arde na fogueira desta nova Inquisição. É o
Brasil real, atirado ao lixo.
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