Por Fernando Brito
A palavra “China”, em chinês, é zhōngguó e quer basicamente
dizer “terra do meio” ou “terra do equilíbrio”, onde zhōng quer dizer “meio” ou
“equilíbrio”.
Era isso que o PMDB, oportunisticamente, procurou ser nos
últimos anos na política brasileira.
Digo oportunisticamente porque não procurava o poder direto,
mas, sim, o indireto, através de aliança com cada partido vencedor em eleições
diretas para a Presidência da República.
O PMDB sempre garantiu a maioria para os governos dentro da
Câmara e do Senado. Os “agrados” que recebia acabavam agradando a todos, dentro
desse sistema alimentado nos seus fundamentos por uma legislação eleitoral
construída em torno do financiamento privado de campanhas e em votação nominal
(ao invés do voto em lista).
Isso caminhou razoavelmente bem até que Dilma começou a
achar que esse “equilíbrio” estava indo longe demais.
O resultado foi que o PMDB decidiu largar o meio de campo
para tornar-se centroavante, trocando passes com os tucanos que avançavam pela
direita.
Foi um resultado desastroso, totalmente desequilibrado. Os
tucanos não querem o papel auxiliar, secundário. Quiseram assumir o comando e
correr para o ataque, em busca do gol financeiro. Acabaram se dando mal, com
seu principal jogador tropeçando no
excesso de poeira da pequena área.
O PMDB, sem pai nem mãe, meteu os pés pelas mãos. Os juízes,
acostumados a fazer vista grossa para algumas faltas, não sabem mais o que
fazer com os apitos.
Enquanto isso o PT e toda a esquerda voltam a ser mais
aplaudidos pela torcida, mesmo sem receber e ainda com a ameaça de que seu craque seja expulso
do jogo na hora em que está chegando na cara do gol.
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