Por Fernando Brito
A reportagem, com um resumo dos financiamentos, perdões de
dívidas e liberação de verbas que o governo Michel Temer está fazendo para
tentar aprovar a reforma previdenciária na Câmara, do competente Tales Faria,
editor do Poder360, é espantosa.
Vá somando, não perca a conta: amanhã, Temer acerta com os
prefeitos um “refis das prefeituras”, para que elas regularizem em condições
favorecidíssimas, suas dívidas previdenciárias. Diz Tales que isso custará R$
100 bilhões em perdas para o INSS.
Antes, Temer se reúne com deputados ruralistas para tratar
da anistia às contribuições devidas, por decisão judicial, relativas ao
Funrural. O “cano” é de R$ 10 bi.
Há outras “bondade e a reportagem lembra que “tem também a
renegociação da dívida dos Estados com o BNDES e o megarrefis, em tramitação no
Congresso. Somam R$ 48 bilhões. Elevam para R$ 164 bilhões o que se pode chegar
com a 1ª leva de concessões para aprovação das reformas. É de R$ 170 bilhões o
déficit previdenciário anual no setor privado”.
Mas, se ficam “elas por elas”, porque o esforço desesperado?
Porque a reforma é um atentado geracional, que produzirá
efeitos sobre milhões de trabalhadores ao longo de décadas, transferindo para o
“mercado” uma montanha de recursos que, hoje, são distribuídos pela população
mais pobre.
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