Por Fernando Brito
O ex-marqueteiro João Santana juntou-se à fila dos delatores
que mercadejam com o Ministério Público a famosa declaração de que “Lula sabia”
dos esquemas de caixa dois com a Odebrecht.
Como os outros, tudo o que tem a oferecer é uma afirmação
indireta. Desta vez, a certeza proviria de uma suposta declaração de Antonio
Palocci de que “o chefe” teria de aprovar acordos financeiros.
O que me deixa mais curioso nesta história é que todos os
que acusam são, além de condenados que buscam com a “palavra mágica” Lula a
redução de suas penas de muitos anos a alguns meses de tornozeleira sejam as
pessoas que se entupiram de dinheiro – e vá saber se tudo foi achado e devolvido
– sobre as quais o julgamento moral – não o julgamento de Moro – não poderia
ser pior.
No caso de Santana, 160 dias de prisão fechada, todos já
cumpridos antes do acordo de delação premiada, em prisão preventiva.
As declarações de Santana em tudo se assemelham às do
procurador Deltan Dallagnol: não representam prova, mas pura convicção, para
ambos vantajosa.
Não surpreenderá se, de agora em diante, os powerpoint do
Doutor possam ter uma produção gráfica padrão Santanna.
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