Por Wallace dos
Santos de Mora
Nos últimos 65 anos, a Rede Globo ocupou o espaço de um dos
principais atores políticos, sempre participando com grande poder de decisão em
momentos-chaves. Com o fim do regime militar, por exemplo, teve início a luta
pelas “Diretas Já” e a Globo impediu que as imagens de comícios nas ruas fossem
exibidas na TV, nos seus jornais e rádios
Desde 2013, o Brasil vive um quadro de crise política
institucional dos mais profundos. A iminente queda de Michel Temer constitui-se
como apenas mais um capítulo dessa novela. Para discutirmos as denúncias contra
o presidente da República e termos mais dados para análise, sem cairmos em
previsões infundadas, é necessário clarear algumas constatações históricas
fundamentais da política brasileira:
1) a Rede Globo é ainda hoje o principal meio de formação de
opinião dos brasileiros sobre política;
2) historicamente, ela representou os interesses
majoritários dos capitalistas do país;
3) desconhecemos evidência de recuo de uma proposta dela com
relação à retirada de um presidente da República do seu cargo, seja através de
golpe militar explícito, de golpe institucional ou de impeachment.
Se admitimos que essas assertivas são verdadeiras, Michel
Temer cairá em breve.
Se isso não acontecer, significará que a Rede Globo não representa
mais os interesses majoritários do grande capital, nem dos principais políticos
no país e seu império midiático está prestes a ruir.
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