Por Fernando Brito
O Bêbado e a Equilibrista, dos geniais Aldir Blanc e João
Bosco, virou uma espécie de “hino da anistia”, no final da noite escura da
ditadura implantada em 1964, que nasceu de ideias velhas e que morreria
decrépita alguns anos depois.
Chora, a nossa Pátria mãe gentil, diz a letra, a certa
altura, na inesquecível voz de Elis Regina, em seu lamento sem desânimo.
40 anos depois – uma vida inteira para muitos de nós –
parece que, de novo, a tarde nos desaba como um viaduto, aquele onde passavam,
como Carlitos, os nossos sonhos de sermos um país justo, desenvolvido, presente
no mundo como podemos ser e, sobretudo, o país de um povo feliz.
Viramos, porém, uma
jaula de ódios, nela, vamos rugindo e mostrando as garras – claro, os que as
têm – sob o comando de domadores togados, que brandem a ordem do chicote e
trancafia em jaulas para que obedeçam às suas vontades e “convicções”.
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