Por Fernando Brito
Não escreveria se não tivesse “saído na Veja“.
Mas poderia ter sido na Caras.
Não escreveria pelas mulheres de hoje, que sabem, podem e
defendem sua capacidade e sua condição de seres humanos plenos.
Não escreveria, portanto, escrever por si próprias.
Não tenho nada com o que cada um faz de sua vida, é meu
princípio. Muito menos com quem casa, como encara o trabalho, como encara a
vida familiar. Não é assunto para mim ou para ninguém.
Escrevo apenas por duas pessoas que me dizem respeito e que
não estão mais aqui para se manifestarem diante desta pobre redução do papel de
uma mulher.
A minha avó, que pedalou anos uma velha máquina de costura
da Singer para ajudar a manter os filhos. E minha mãe, que se esfalfou em dois
empregos, por anos, para fazer o mesmo.
Cada um tem o direito de ser como quiser, repito, mas a
glamourização da mulher “recatada e do lar” é uma ofensa à imensa maioria de
mulheres trabalhadoras e independentes.
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