Fernando Henrique sobre a permanência de Eduardo Cunha na
Presidência da Câmara, há menos de duas semanas, dia 10 de novembro:
“O afastamento se dá depois que é culpado, antes não. Apenas
abre a investigação.
O mesmo FHC, hoje:
“Se ele tivesse um pouco mais de visão de Brasil renunciaria
ao cargo”, mas, “não tendo, vai ter que ser renunciado”.
13 dias. Nenhuma prova adicional, a não ser as toneladas que
já então pesavam sobre o sujeito que, com os votos em massa do PSDB e do Dem
passou o ano inteiro a criar crises para o Governo.
Não é preciso mais do que piscar os olhos e ver a razão de
Cunha ter virado “ponto de honra” para príncipe da tucanagem.
Não tem mais serventia para o impeachment.
Ou para o golpe, que não lhe sai da cabeça, ao ponto de
dizer que é “Aécio quem vai resolver problemas do Brasil“, quando faltam ainda
três anos para a eleição.
A moralidade tucana é assim, simples marquetagem. Agora,
inviabilizado o impeachment, empurram os otários a, em nome da queda de Cunha
(que não tem como acontecer dentro da legalidade – salvo por decisão improvável
do STF – antes do recesso) paralisarem a Câmara dos Deputados e fazer caducarem
as MP do ajuste fiscal e não serem votadas as decisões encaminhadas como
projeto de lei.
É tão cínico que estão provocando o efeito inverso: todos
estão percebendo que é uma jogada mais do que rasteira, indigna de um homem que
já foi Presidente da República, já idoso o suficiente para não chafurdar neste
tipo de lama oportunista.
Não se aplica a FHC frase “Greta Garbo, quem diria, acabou
no Irajá” por absoluta injustiça com a Greta Garbo e com o Irajá, subúrbio de
gente trabalhadeira aqui do Rio
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