quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A BOMBA É “CASEIRA” E O TIRO DE “CHUMBINHO”


Dois atentados acontecem e o que a mídia faz? Minimiza a gravidade dos fatos. A história mostra o que acontece quando nos calamos diante do fascismo.

José Renato Vieira Martins
O ódio inoculado há anos na população é um dos grandes responsáveis pela escalada da intolerância, do racismo e da xenofobia que estamos assistindo no Brasil. O atentando contra o Instituto Lula e a agressão contra os haitianos em São Paulo são manifestações do mesmo tipo de irracionalidade.

Os dois acontecimentos me concernem pessoalmente. Há dois anos, como professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA, pesquiso a presença dos haitianos no Brasil. Há quatro, faço parte da equipe de colaboradores do Instituto Lula. 

A versão da grande imprensa sobre a “bomba caseira” lançada no Instituto foi uma tentativa canhestra de minimizar a gravidade do atentado. Em qualquer país democrático, a imprensa daria ampla cobertura e repercussão ao “episódio”, em vez de diminuí-lo ou ocultá-lo como fizeram alguns veículos de comunicação.

Não vi nenhum editorial condenando o gesto, cuja dimensão simbólica atingiu em cheio não só o Instituto como a própria democracia. Silêncio total. Eloquentes colunistas, normalmente tão loquazes sobre assuntos menores, não escreveram uma linha ou disseram uma palavra repudiando o atentado.

Silêncio similar se produziu agora em torno da agressão aos haitianos em São Paulo.

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