Por Frei Betto
Roma autorizou, neste mês, a arquidiocese de Olinda e Recife a iniciar o processo que poderá levar a Igreja Católica a reconhecer e cultuar Dom Helder Câmara (1909-1999) como santo.
Conheci-o quando era bispo auxiliar do Rio, no início da
década de 1960. Homem de muitos talentos, ocupava-se também da Ação Católica,
movimento que agrupava o chamado A, E, I, O e U (JAC, JEC, JIC, JOC e JUC).
Além dos anos em que participei da direção nacional da Ação
Católica, convivi com Dom Helder no último período da vida dele; anualmente eu
palestrava, no Recife, na Semana Teológica. Nunca deixava de visitá-lo na
igreja das Fronteiras, onde residia.
Homem de baixa estatura e frágil, ele tinha características
curiosas: quase não se alimentava. Comia como um passarinho. Tinha um horário
estranho de sono: deitava-se por volta de onze, levantava às duas da madrugada,
sentava numa cadeira de balanço e se entregava à oração. Era, como ele dizia,
seu "momento de vigília”. Rezava até as quatro, dormia mais uma hora e
levantava para celebrar missa. CONTINUE LENDO
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