Por Renato Janine Ribeiro
Cresce a extrema direita no Brasil. Felizmente, tirando os
deputados Feliciano e Bolsonaro, tem pouca presença institucional. Mas, de duas
uma: ou criará um partido novo, ou continuará numa relação ambígua com o PSDB,
que lhe dá votos mas perturba a identidade.
A extrema direita não elege quase ninguém aqui. Para cargos
executivos, menos ainda. Mas se fortalece na expressão de suas ideias. É fraca
em poder, mas avança no berro. Para usar a expressão de Gramsci, disputa a
hegemonia. Degrada o debate no país.
Durante alguns anos, PSDB e PT, representando nossa
centro-direita e centro-esquerda, viveram uma aproximação na prática - ainda
que ela fosse negada no discurso de ambos. Mas nos últimos anos a retórica
subiu em decibéis. Temos um paradoxo: candidato, Aécio Neves prometeu continuar
a política social do PT; reeleita, Dilma Rousseff adotou medidas econômicas dos
tucanos. Portanto, a realidade não os afasta tanto - mas, na aparência, eles
parecem estar quase em guerra. O que vale, a realidade fria ou a aparência
raivosa? As políticas econômicas e sociais, ou a retórica desenfreada? a razão
ou a paixão? Porque guerras favorecem os extremos. AQUI
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