Por Fernando Brito
Muita gente entrou na polêmica sobre o tal apartamento
“triplex” que Lula teria comprado no Guarujá.
Fiquei quieto, porque achei a coisa meio estranha.
Três apartamentos em um, com elevador interno, e o escambau.
Avaliado de “por algo entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão”
pelas Organizações Globo, acho até que Lula tinha o direito de comprar, porque são
três apartamentos de R$ 500 a 600 mil, o que em nada é diferente de um
apartamento na praia.
É menos do que vale aquele em que morava minha mãe, em Vila
Isabel, no Rio, a muitos quilômetros da praia e sem nenhum luxo. Nem uma
piscininha ou playground para os netos.
E hoje, em uma nota do Instituto Lula, aparece a verdade.
Lula – na verdade Dona Mariza – tem a cota de um
apartamento. Não de um triplex.
Que nem foi entregue ainda.
E o Guarujá não é, assim, propriamente uma Saint-Tropez, nem
a Avenue Foche, onde Fernando Henrique comprou um “cafofo”.
A “cascata” global não é inédita: vem desde 2010, no Jornal
Nacional.
O “triplex” que a Globo descreve com minúcias, inclusive no
ano gasto em reformas: “A família Lula construiu um elevador privativo para
levá-los do 16º ao 18º, que no projeto original tinha apenas escadas internas.
Lulinha usou também parte do quarto de empregada e um canto da sala para fazer
um escritório. Mandou também colocar porcelanato em tudo. A cobertura com
piscina também recebeu uma boa área gourmet.”
A solução salomônica
para o processo que, certamente, a família Lula vai mover contra a Globo está
evidente.
Lula pede na Justiça à Globo o valor de um triplex, com
direito a elevador, porcelanato e espaço gourmet.
A Globo paga, para não ficar como mentirosa: afinal, assim
não fica sendo verdade: Lula terá mesmo o apartamento que a Globo disse que ele
tinha.
Paga o mico, literalmente.
Aí Lula convida a galera do Sindicato, entra no prédio com
um isopor (lembram da foto “escandalosa”?) e ainda convida o Zeca Camargo para
gravar a “festa no apê” para Fantástico.
E três minutos judicialmente assegurados para Lula contar
como a Globo teve de pagar o triplex para ele, por mentir e inventar histórias.
E mais ainda: trinta segundos para rodar uma gravação do
Bezerra da Silva cantando “malandro é malandro, mané é mané”.
E que os Marinho não reclamem: vai dar uns 80% de Ibope, um
número que ela não consegue desde que era dona do mundo…
E a Globo experimenta mais um recorde mundial: vai ser o
primeiro império de comunicação derrubado pela chacota pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário