Um estudo de biólogos norte-americanos mostra que comportamentos homossexuais entre os animais são muito mais comuns do que normalmente imaginamos. E lançam uma hipótese audaciosa: eles ajudam a orientar a evolução da fisiologia dos animais, da história da vida e do comportamento social
Por Eduardo Araia
A existência dos relacionamentos homossexuais no reino
animal não é novidade – em 1999, por exemplo, o zoólogo canadense Bruce
Bagemihl descreveu, em seu livro Biological Exuberance, o homossexualismo em
mais de 400 espécies diferentes, e diversos estudos já trataram do tema nos
últimos 25 anos. O que não havia ainda era um exame desse comportamento
especificamente em termos de suas consequências evolutivas, já que o
homossexualismo, em princípio, vai contra a continuidade das espécies. A lacuna
começou a ser preenchida em 2009, com a divulgação de uma revisão de literatura
científica feita por dois biólogos da Universidade da Califórnia em Riverside,
Nathan Bailey e Marlene Zuk.
Segundo o trabalho, publicado no jornal Trends in Ecology & Evolution, está comprovado que os relacionamentos entre parceiros do mesmo sexo são generalizados no reino animal, abrangendo desde os vermes até os primatas. Vão muito além, portanto, dos exemplos mais conhecidos, como os pinguins, os golfinhos, os macacos bonobos e as moscas drosófilas. Mas, alertam os autores, há uma diferenciação que não estava sendo observada: os comportamentos homossexuais não são os mesmos entre as espécies, e os pesquisadores podem estar chamando diferentes fenômenos por um mesmo nome. CONTINUE LENDO
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