Quero dizer-lhe que resultado das urnas tem que ser
analisado com sabedoria. Elas falam, a meu ver, com mais autoridade que as
sentenças judiciais prontas e acabadas, pois estas são monocráticas ou
produzidas por um colegiado numericamente, infinitamente, inferior.
Os eleitores emitiram os seus estertores, todos baseados em
suas realidades.
Tenho vida de príncipe! Como julgar as escolhas dos que
passam fome e não têm onde morar, o que comer e vivem às expensas de programas
sociais?
Dilma venceu onde precisava vencer. Aécio perdeu onde tinha
obrigação de ganhar, e foi bem avaliado pelos eleitores de faixas econômicas e
culturais mais elevadas.
Como me contrapor ao resultado soberano das urnas? Nunca
precisei dos programas sociais, pois nunca passei fome. Nunca os meus filhos
precisaram dos diversos programas de bolsas e cotas para ingresso nas
universidades.
Mais fácil os privilegiados pela sorte desceram em busca de
prestar socorro àqueles necessitados de socorro, que o inverso.
Nós todos precisamos entronizar nos nossos costumes os sentimentos
de humanidade. Os políticos, ah! Estes, precisam aprender chorar com o
sofrimento dos outros, se apiedarem daqueles que penam nas filas do SUS, terem
misericórdia de tantos jovens que morrem alcançados pelo crime ou pelas drogas
por não terem sido alcançados, antes, pelas políticas públicas que deveriam
lhes criar oportunidades, pois este é o papel da política e dos políticos.
Enquanto isso, as pessoas continuam morrendo de desassistência nos corredores
dos hospitais ou nas filas aguardando uma regulação.
Nesta sociedade que sobram riquezas, corrupção e miséria,
onde o analfabeto escolhe a educação que quer ter e existe nos dias hodiernos
essa dicotomia infame: ricos x pobres.
Não me julgo com estatura pessoal e/ou envergadura política,
nem mesmo isenção, equilíbrio, tranquilidade ou sabedoria para julgar milhões
de decisões, extraídas de tantas almas, tradutoras de tantas e tantas
realidades humanas.
Portanto, o que me cabe é recolher-me a minha decisão
monocrática e respeitar as vozes ricas das urnas. (da assessoria de imprensa)
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