segunda-feira, 13 de outubro de 2014

AMNÉSIO NEVES DESCOBRE A EXISTÊNCIA DE NEGROS E POBRES

Por Sebastião Nunes

 Menino do Rio, imperador deposto das Minas Gerais, passeava com seu guru, EfeAgáCê, o Príncipe da Sorbonne, na praia do Leblon. Eram seis da tarde. O sol sumia. A noite descia. Os gatos miavam. Os cachorros...

 Naquele lusco-fusco, pintou na frente deles um negro que, não fosse a bermuda semitransparente, estaria pelado.

Amnésio cutucou o Príncipe:

– Olha lá, Mestre! Aquilo não é um crioulo?

– Oui – respondeu o Príncipe. – Mas você não deve chamar crioulo de crioulo, que é politicamente incorreto. Nem de preto ou negão. Se o pessoal do PT descobre, você tá ferrado. Chama só de negro.

– Quanta frescura, né, Mestre? Mas o que será que esse cara tá fazendo aqui? Pedindo esmola? Se fosse assaltante – como é comum entre os criou... desculpe, entre os negros – com certeza estaria armado, né, Mestre? Hi, hi, hi!



Nenhum comentário:

Postar um comentário